segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Áfricas

A subdivisão do continente africano
O continente africano é o terceiro maior em extensão territorial do planeta, sua área é de 30.230.000 quilômetros quadrados. Apresenta grande diversidade étnica, cultural, além de peculiaridades no que se refere aos aspectos físicos. Fato este, que proporcionou uma subdivisão do território, classificada como África Mediterrânea e África Subsaariana, sendo o deserto do Saara a barreira natural do continente. Além do divisor natural (deserto do Saara), outro elemento é o islamismo, religião predominante na África Mediterrânea.

Ao norte do território africano está localizada a África Mediterrânea, essa porção do território é banhada pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo. Os países que a integram (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito) apresentam características físicas e humanas semelhantes àquelas do Oriente Médio. Seu clima é desértico, e a região é ocupada desde o século VII por povos árabes, responsáveis pela propagação do islamismo.
A atividade agrícola é desenvolvida com bastante eficiência nas regiões do vale do Nilo e na área conhecida como Maghreb, no noroeste do continente.

A África Subsaariana abrange a maior parte do continente africano, sua concentração populacional é bem maior, na qual predomina a população negra. A diversidade cultural nessa região é imensa, pois existem diferentes grupos étnicos com elementos culturais distintos (dialetos, danças, religiões, etc.)
Porém, essa diversidade étnica gera conflitos entre diferentes grupos. Durante o processo de colonização, os europeus não respeitaram as peculiaridades de cada grupo, separando assim, grupos de uma mesma etnia e estabelecendo territórios com grupos rivais.

São vários os problemas socioeconômicos na África Subsaariana, a fome castiga grande parte dos habitantes, os índices de desnutrição são assustadores: República Democrática do Congo (76%), Somália (72%), Burundi (63%).

A AIDS é outro fator agravante, aproximadamente 70% dos portadores mundiais do vírus HIV, são da África Subsaariana. Cerca de 1 em cada 3 adultos de Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Zimbábue está infectado. Até 2020, os países africanos mais atingidos podem ter a sua população reduzida em 25%, em virtude da doença.

Todos esses fatores, aliados à falta de apoio efetivo dos organismos internacionais, fazem com que os países africanos, em sua maioria, apresentem baixa qualidade de vida, demonstrados nas suas médias de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Conforme o ranking de IDH realizado em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), das 20 últimas posições, 19 pertencem aos países da África Subsaariana.

África - Aspectos físicos

A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática. Ao norte, é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental.

Com a exceção da costa norte e dos montes Atlas, o território africano é um planalto vasto e ondulado, desfigurado por grandes bacias. Em geral, a altitude do continente aumenta de noroeste para sudeste. As faixas litorâneas baixas, com exceção da costa mediterrânea e da costa da Guiné, são estreitas e elevam-se bruscamente em direção ao planalto. A característica peculiar do planalto setentrional é o Saara, que se estende por mais de um quarto do território africano. Os planaltos central e meridional englobam várias depressões importantes, em especial a bacia do rio Congo e o deserto de Kalahari. Outros elementos ao sul do planalto são as montanhas Drakensberg, na costa a sudeste, e o Karoo.

As montanhas orientais, que constituem a parte mais alta do continente, se prolongam desde o mar Vermelho até o rio Zambeze. Ao sul do planalto etíope, erguem-se vários picos vulcânicos, como o monte Kilimanjaro, o Quênia e o Elgon. Um elemento topográfico característico é o Rift Valley. A oeste, fica a cordilheira Ruwenzori. Há poucos rios na África, mas grandes e extensos como o Rio Nilo com mais de 6.500 km de extensão, o maior do mundo em extensão. Existem também o Rio Niger, Rio Congo ou Rio Zaire, Rio Zambeze, Rio Limpopo, Rio Orange e outros.

Monte Kilimanjaro

Podem-se distinguir sete zonas climáticas e de vegetação. No centro do continente e na costa oriental de Madagascar, o clima e a vegetação são tropicais. O clima da costa de Guiné assemelha-se ao clima equatorial, mas tem apenas uma estação de chuvas. No norte e no sul, o clima próprio de floresta tropical é substituído por uma zona de clima tropical de savana que envolve um-quinto da África. Longe do equador, ao norte e ao sul, a zona do clima de savana transforma-se em uma zona de estepe seca. As zonas das extremidades noroeste e sudoeste são de clima mediterrâneo. Nos planaltos elevados da África meridional, o clima é temperado. A África tem uma área de clima árido, ou desértico, maior do que em qualquer outro continente, com exceção da Austrália.

No que diz respeito à fauna, a África apresenta duas zonas diferenciadas. A do norte e noroeste, que inclui o Saara e carateriza-se por uma fauna parecida com a da Eurásia. A outra zona é a da África ao sul do Saara, com uma grande variedade de animais, entre os quais estão os antílopes, as girafas, os elefantes africanos, os leões e os leopardos.

A África é muito rica em recursos minerais. Possui a maioria dos minerais conhecidos, muitos deles em quantidades notáveis. Tem grandes jazidas de carvão, reservas de petróleo e de gás natural, bem como reservas de ouro, diamantes, cobre, bauxita, manganês, níquel, rádio, germânio, lítio, titânio e fosfato.

Ambientes naturais do continente africano
O continente africano possui grande diversidade natural, expressada em suas paisagens contrastantes. Como é possível um mesmo lugar possuir áreas muito frias e quentes ao mesmo tempo?  Qual a origem das características naturais da África?
A imagem do Monte Kilimanjaro expressa a variação de altitude no relevo, sendo possível observar que a parte superior é coberta por neve, e a inferior por uma formação semi-desértica.  Lugares muito próximos mas com grandes diferenças naturais. Um bom exemplo de que quando muda-se uma característica natural isso pode influenciar e modificar toda a vida de um lugar. A elevação do relevo nesse caso, fez com que o clima se alterasse drasticamente.

Por isso a importância de investigarmos mais sobre as características da África. É um continente muito extenso, e por isso, possui várias características naturais, com áreas desérticas mas também com regiões de clima muito úmido. Para conhecermos um pouco mais sobre o território africano, observe as principais regiões naturais do continente no mapa a seguir: Deserto do Saara, Savana, Floresta Equatorial do Congo e Deserto de Kalahari.

A localização do continente africano no planeta, as correntes marítimas e massas de ar contribuíram para a formação desses ambientes naturais. Grande parte da África está localizada na zona climática tropical, o que garante grande insolação durante o ano inteiro. 

As áreas próximas a Linha do Equador recebem muita luz solar o ano inteiro, contribuindo para elevação da umidade. Luz e umidade são ingredientes importantes para o florescimento da vegetação. Isso contribui para que  as regiões do planeta próximas a essa linha sejam cobertas por grandes florestas. No Brasil esse tipo de formação vegetal é conhecido como Floresta Amazônica. Na África é chamada de Floresta Equatorial do Congo. Uma região muito quente e úmida, coberta por uma grande e densa vegetação.

Próximo a floresta equatorial encontra-se outra região natural bastante conhecida por abrigar animais de grande porte e receber turistas em busca de safaris: a Savana. É uma grande área também quente, porém, com menos umidade e com uma estação seca. Esse período  seco no ano dificulta a formação de uma floresta de grande porte, tornando a Savana uma região coberta por gramíneas, arbustos e vegetação de pequeno porte. É uma área de transição da vegetação de grande porte (floresta equatorial) para a vegetação de pequeno porte (estepes e desérticas). 

Ao contrário do que somos levados a acreditar em algumas situações, as formações desérticas não estão nas áreas da África que recebem mais luz solar durante o ano inteiro. A formação dos desertos está associada a outros fatores naturais, como a pressão atmosférica, as correntes de vento e marinhas que impedem a umidade e a temperatura de alterarem a aridez dos desertos africanos. O Saara, o maior e mais conhecido deserto quente do mundo é atravessado pela linha do Trópico de Câncer, por isso está localizado parte na zona climática tropical e parte na zona climática subtropical. Ele ocupa grande parte da região norte do continente e chega próximo do continente europeu. 

O Deserto de Kalahari é menor, menos seco e famoso do que o Saara. Ele está localizado na parte sul do continente africano, é cortado pela linha do Trópico de Capricórnio e ocupa partes do território da África do Sul, Botswana e Namíbia. A umidade chega até o Kalahari com certa regularidade durante o ano, permitindo o desenvolvimento de formações vegetais mais desenvolvidas do que no Saara.